JOTTA PAIVA
Da Redação
A professora de Matemática Ângela Paiva quebrou um tabu histórico, chegando aonde nenhuma outra mulher chegou em 52 anos de história acadêmica do Rio Grande do Norte. No dia 10 de novembro de 2010, ela foi escolhida a primeira mulher reitora do Estado, em uma eleição tranquila e com uma vitória vantajosa sobre a sua oponente, a professora Arlete Araújo. A partir de 2011, a principal universidade norte-rio-grandense, considerada uma das mais importantes do Brasil, será comandada por duas mulheres, visto que a vice de Ângela Paiva Cruz é a professora Fátima Ximenes.
O processo de escolha para reitor e vice-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte só terminou na noite de ontem, mobilizando um universo de 35 mil eleitores, entre professores, alunos e servidores tecnico-administrativos. A professora Ângela Paiva Cruz foi considerada eleita quando foi confirmada a apuração de 95% das urnas, registrando um percentual de 65,07% para a Chapa - 2 Novas Conquistas, e 34,3% para a chapa Um Novo Olhar, encabeçada pela professora Arlete Araújo.
Até as 18h, haviam sido apurados 1.542 votos dos docentes, 2.251 dos técnico-administrativos e 8.306 de alunos, faltando apenas a contagem de votos de uma urna e dos votos em separado.
De acordo com o atual reitor, Ivonildo Rêgo, a escolha feita pela UFRN representa a opção pela continuidade dos projetos de sua gestão e a expectativa de novos avanços e crescimento da Instituição.
Eleita para o quadriênio 2011/2015, Ângela Paiva afirma que o resultado da eleição é reflexo da aprovação obtida na gestão Ivonildo/Ângela. "Obviamente me sinto feliz com o resultado e desde já agradeço aos professores, alunos e servidores que confiam em mim para gerir a Universidade por quatro anos. Quero dizer também que eles podem esperar a continuidade do trabalho da atual gestão e que novos avanços estão por vir", completou.
A apuração foi feita pela Comissão Central, no Ginásio de Esportes do Campus. De acordo com o presidente da Comissão Eleitoral, Nilsen Carvalho, não foi registrada nenhuma reclamação por parte das chapas.
A caminhada de uma sertaneja até a Reitoria
A professora Ângela Paiva é a segunda mais nova de uma família de oito filhos nascido na comunidade de Serra Nova, no município de Martins, na região Serrana do Rio Grande do Norte. Aos 14 anos a jovem filha de agricultores foi mandada para Natal porque em Martins não existia o ensino médio. Na capital, a jovem menina ficou morando na casa de parentes para poder estudar.
Focada no propósito para a qual foi encaminhada, Ângela terminou os estudos normais, ingressando na universidade, onde cursou o curso superior de Matemática. Atualmente, a menina simples da zona rural serrana é doutora em educação e vice-reitora da principal universidade do Rio Grande do Norte.
Assim como ela, seus irmãos também tiveram sucesso na vida, entre eles, o empresário Paiva Torres, considerado um dos mais importantes investidores do RN, responsável pela concepção de várias empresas e serviços em atividades na capital.
Mesmo deixando Martins ainda na juventude, Ângela nunca abandonou a terra natal, mantendo viagens constantes para visitar tios e parentes que ainda vivem na serra. Ela também mantém na cidade o Memorial Manoel Lino de Paiva, que guarda a história de um parente antigo que morreu na batalha de Montese (Itália), combatendo na Segunda Guerra Mundial.
O espaço, construído na antiga casa do combatente, foi idealizado durante os 60 anos de aniversário do fim da batalha. "Avaliamos que os poderes públicos tinham feito pouco pelos heróis de guerra", conta Ângela.
APOIO DOS MARTINENSES
A eleição da professora Ângela Paiva foi acompanhada por vários martinenses, alguns em Natal, outros na pequena cidade serrana através da internet.
A professora Fátima Cruz, ex-coordenadora do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) em Martins, Fátima Cruz, foi pessoalmente ao Campus cumprimentar a colega. "Ângela é uma professora muito preparada, uma pessoa que saiu de Serra Nova para se tornar a primeira mulher reitora do Rio Grande do Norte, isso para Martins é uma grande honra, assim como para a região", disse.
De acordo com Fátima, ela teve grande importância para criação do polo UAB, que hoje tem seis cursos superiores, sendo cinco da UFRN e um do IFRN, mais um curso de especialização. "O polo UAB é uma realização para o povo da região serrana que tinha dificuldade de chegar até a universidade", finalizou Fátima Cruz.
Focada no propósito para a qual foi encaminhada, Ângela terminou os estudos normais, ingressando na universidade, onde cursou o curso superior de Matemática. Atualmente, a menina simples da zona rural serrana é doutora em educação e vice-reitora da principal universidade do Rio Grande do Norte.
Assim como ela, seus irmãos também tiveram sucesso na vida, entre eles, o empresário Paiva Torres, considerado um dos mais importantes investidores do RN, responsável pela concepção de várias empresas e serviços em atividades na capital.
Mesmo deixando Martins ainda na juventude, Ângela nunca abandonou a terra natal, mantendo viagens constantes para visitar tios e parentes que ainda vivem na serra. Ela também mantém na cidade o Memorial Manoel Lino de Paiva, que guarda a história de um parente antigo que morreu na batalha de Montese (Itália), combatendo na Segunda Guerra Mundial.
O espaço, construído na antiga casa do combatente, foi idealizado durante os 60 anos de aniversário do fim da batalha. "Avaliamos que os poderes públicos tinham feito pouco pelos heróis de guerra", conta Ângela.
APOIO DOS MARTINENSES
A eleição da professora Ângela Paiva foi acompanhada por vários martinenses, alguns em Natal, outros na pequena cidade serrana através da internet.
A professora Fátima Cruz, ex-coordenadora do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) em Martins, Fátima Cruz, foi pessoalmente ao Campus cumprimentar a colega. "Ângela é uma professora muito preparada, uma pessoa que saiu de Serra Nova para se tornar a primeira mulher reitora do Rio Grande do Norte, isso para Martins é uma grande honra, assim como para a região", disse.
De acordo com Fátima, ela teve grande importância para criação do polo UAB, que hoje tem seis cursos superiores, sendo cinco da UFRN e um do IFRN, mais um curso de especialização. "O polo UAB é uma realização para o povo da região serrana que tinha dificuldade de chegar até a universidade", finalizou Fátima Cruz.
Reitor diz que vitória da mulher é natural
O reitor Ivonildo Rego, que apoiou a candidatura de Ângela Paiva, disse que vê a ascensão da mulher como um processo natural. "Vejo essa vitória como um processo natural. Hoje as mulheres têm investido mais em educação, e essas vitórias é o resultado deste investimento", disse.
Segundo ele, dados do IBGE constatam que existem mais mulheres no ensino superior do que homens. "Os dados indicam que existem mais homens analfabetos do que mulheres, isso vai apontar o processo claro e natural dessas mudanças", complementa.
Ivonildo tem um ponto em comum com Ângela. Ele é mais um filho do Alto Oeste que se tornou reitor na UFRN. Nascido em Pau dos Ferros, ele saiu com 15 anos para fazer o ensino médio em Natal, já que à época esse grau não era oferecido no município. Na capital, foi morar na casa do estudante, fez o médio e o superior em Natal. Depois, mestrado e doutorado no Rio de Janeiro e pós nos EUA. Ivonildo está no final do seu terceiro mandato como reitor da UFRN.
Segundo ele, dados do IBGE constatam que existem mais mulheres no ensino superior do que homens. "Os dados indicam que existem mais homens analfabetos do que mulheres, isso vai apontar o processo claro e natural dessas mudanças", complementa.
Ivonildo tem um ponto em comum com Ângela. Ele é mais um filho do Alto Oeste que se tornou reitor na UFRN. Nascido em Pau dos Ferros, ele saiu com 15 anos para fazer o ensino médio em Natal, já que à época esse grau não era oferecido no município. Na capital, foi morar na casa do estudante, fez o médio e o superior em Natal. Depois, mestrado e doutorado no Rio de Janeiro e pós nos EUA. Ivonildo está no final do seu terceiro mandato como reitor da UFRN.
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